MOMENTO ZEN 4ª edição

Editor: Mario Nigri Iampolschi

momento.zen.mario@hotmail.com

CONTROLE DA RESPIRAÇÃO

 

Texto : Ana Luiza M. Vilela

Em relativo repouso, a freqüência respiratória é da ordem de 10 a 15 movimentos por minuto.

Impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral  podem afetar a respiração.     

    

Em condições normais, o centro respiratório produz, a cada 5 segundos, um impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar.  

O centro respiratório   é capaz de aumentar e de diminuir tanto a freqüência como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois  possui quimiorreceptores que são bastante sensíveis ao pH do plasma. 

Essa capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade de oxigênio que necessitam, além de remover adequamente o gás carbônico.     

Quando o sangue torna-se mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a aceleração  dos movimentos respiratórios.       

  

A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adrenalina que, freqüentemente levam também à hiperventilação, precipitando, assim, contrações dos músculos de todo o corpo.  

Quando você hiperventila, seu coração bate mais rápido, provocando palpitação e você tem a sensação de que lhe falta ar. Seus braços, pernas e rosto (principalmente a boca) formigam e podem ficar dormentes." 

 

Respiração e emoção 

A respiração é um processo consciente e inconsciente ao mesmo tempo. Respiramos vinte e quatro horas por dia sem que percebamos, porém podemos influir no ritmo respiratório. Portanto, a respiração é um elo de ligação entre as funções conscientes e inconscientes do ser humano.  

Cada estado emocional possui um ritmo respiratório característico.  Se estivermos dormindo, a respiração é abdominal e lenta.  Se estivermos agitados, estressados, a respiração é superficial e torácica. Se estivermos em estado de vigília, a respiração tenderá a ser completa.   Nesses estados emocionais, o ritmo respiratório é ajustado inconscientemente.  

Certas características da personalidade humana manifesta-se também na respiração. Pessoas tímidas ou medrosas tendem a ter uma respiração superficial. Elas não conseguem expor-se ao ambiente e interagir com ele de forma ampla.  Ou seja, há um padrão normal de respiração para cada indivíduo dependendo das características pessoais.

Os efeitos da emoção na respiração podem-se notar, de maneira mais intensa, por ocasião de um fato especial. O encontro, por exemplo, com uma grande paixão. O coração acelera, o rosto esquenta, as mãos e os pés gelam e a respiração fica acelerada. Características semelhantes acontecem com um grande susto ou uma situação muito estressante.

 Os estados emocionais afetam a respiração e o contrário também é verdadeiro:

A respiração afeta as emoções. Essa é uma chave fundamental. Se a timidez leva à uma respiração superficial e eu desejo vencer a timidez,  posso utilizar uma respiração profunda. Portanto, uma das maneiras de administrar as emoções é a utilização de técnicas respiratórias.   

Se as emoções se processam a nível inconsciente e provocam uma respiração determinada, a respiração consciente em determinado ritmo, leva a estados emocionais compatíveis.   Entretanto, a respiração afeta não só as emoções, mas também os estados mentais.

O fluxo do pensamento é determinado também pelo fluxo respiratório.  

Ou seja, respirar corretamente produz diversos efeitos: há aumento significativo da bioenergia; as emoções são facilmente administradas; e a mente fica serena.  

Uma respiração lenta e profunda aumenta a taxa de endorfinas   (os hormônios de bom humor). Isso se reflete também no funcionamento de muitos órgãos e no nível de bem-estar geral, fisiológico e mental.

A respiração profunda dissolve a ansiedade e o estresse, cujos efeitos negativos são inibidos no organismo.

Estudos mostram que a respiração  profunda tem os mesmos efeitos de bem-estar psíquico proporcionados pela  heroína... Sem os efeitos tóxicos.     

Ainda mais, a endorfina abre os vasos no corpo todo, e favorece a saúde do sistema cardiovascular. Finalizando, essa endorfina propicia uma melhor qualidade de sono: mais reparador e mais profundo.

A respiração  lenta e profunda se torna um “euforizante” natural que, ao contrário das drogas químicas, não permite ultrapassar a dosagem permitida, porque nunca podemos respirar “bem em excesso”. O máximo que pode acontecer é expelir totalmente o CO2 e outros gases tóxicos, limpando assim completamente o sangue venoso, nada mais do que isso; ao mesmo tempo, podemos também carregar os glóbulos vermelhos ao máximo possível com o que o sangue pode dissolver, mas nunca será além dos limites... 

O simples fato de imaginar que está sentindo uma emoção positiva, mesmo que sem a sentir plenamente, modifica  favoravelmente os padrões respiratórios.       Isso é importantíssimo para as pessoas estressadas. Em situações pesadas é muito difícil escapar das emoções negativas, mas é possível limitar seus efeitos negativos sobre a respiração, e por consequência, sobre a totalidade do organismo.

A ideia é modificar voluntariamente os padrões da respiração para se aproximar dessas emoções positivas e assim atuar de verdade sobre o clima emocional.

Mesmo sabendo que não se manda nas emoções, cada um pode, quando for necessário.  Bastar pensar e querer. Em caso de ansiedade, por exemplo, antes de entrar em um palco uma pessoa pode relaxar, suspirar devagar várias vezes, e assim dissolver 90% do estresse...

VAMOS REFLETIR  

Autor: Mario N. Iampolschi

 
Buda disse: "Não se apresse em acreditar em nada, mesmo se estiver escrito nas escrituras sagradas. Não se apresse em acreditar em nada só porque um professor famoso disse. Não acredite em nada apenas porque a maioria concordou que é a verdade. Você deveria testar qualquer coisa que as pessoas dizem através de sua própria experiência antes de aceitar ou rejeitar algo".


Eu mesmo já modifiquei meu estado emocional, quando estava com meu Coral em Juiz de Fora e nos dirigíamos para nos apresentar  no Teatro Municipal , meus amigos buscavam uma forma de relaxar antes, eu já no caminho pratiquei a Meditação Caminhando  e a Respiração Consciente e me senti bem e confiante.

Quando nos estabilizamos nosso corpo andando conscientemente e respirando assim, nós estabilizamos nosa mente também.  A estabilidade do corpo se reflete na mente.

Porque isto acontece?

R: Quando estamos em Plena Atenção , a Concentração vem junto e a Consciência também,  e quando a Consciência está presente, a Mente que é a causadora dos estados emocionais, perde seu agulhão.

Vocês lembram da 3ª Edição, eu falei sobre a Mente , que ela distorce o que vemos, ouvimos e sentimos porque ela esta condicionada as nossa crenças, Sociedade e aos ensinamentos dos nossos pais etc.   
Quando estou muito ansioso eu sinto minha respiração ofegante, e uma sensação desagradável na região do diafragma,  então eu desacelero, diminuo meu ritmo do que eu estiver fazendo, e  de minha respiração. 

Então faço tudo lenta e calmamente, assim eu sinto uma imensa paz.

Vocês conhecem a Estória da Lebre e a Tartaruga ?

A corrida começou, a lebre correu muito rápido e deitou um pouco para relaxar, e dormiu, a Lebre acabou perdendo a corrida porque a Tartaruga não parou, ela foi "devagar e sempre ". 
  

Ao invés de você ficar descansando porque correu muito, você vai fazendo suas tarefas com antecedência, calma e relaxadamente, não deixando para depois, faça as que são prioritárias primeiro, assim você evita de na hora ter que correr, organize o que falta ser feito sem prioridade e logo que puder comece essas tarefas, agindo assim você também cria um Estado de Consciência e acaba sentindo-se bem, sua clareza mental aumenta e você torna-se mais eficiente.  

A ansiedade como exemplo no trabalho, faz com que você esteja fazendo uma tarefa, já pensando em outra, sua mente  acelera, você  não consegue trabalhar com qualidade e quando passar para outra tarefa você também estará ansioso,  isso pode gerar um simples mal estar físico/mental,  bem como um  "mal súbito" .  

Façamos uma pequena experiência:  

Gire seu dedo indicador num ritmo acelerado, o quê você vê? 

você vê um vulto, agora gire lentamente, você vê seu dedo se movimentando. 

Sua mente trabalha assim aceleradamente, mas quando você desacelera você entra na Consciência.

VOCÊ VÊ AS COISAS COMO REALMENTE SÃO ... 

Quando você diminue seu ritmo, aumenta sua atenção.   

Nesta prática ensinada pelo mestre Thich Nhat Han, a "Mente Alerta", ele nos diz que devemos nos unificarmos com o quer que estivermos fazendo, acompanhado nossa respiração, para que os pensamentos não venham  nos arrastar como "chuvas no penhasco".

O fluxo do pensamento é determinado também pelo fluxo respiratório.

Quando respiramos conscientemente e tranquilamente nós alteramos nossos pensamentos.   

Nós podemos respirar assim, sentindo o ar entrando e saindo, sem precisar alterar nossa respiração, desta maneira não só observamos nossa respiração, como podemos observar nossos estados mentais.

Nós não brigamos com nossos pensamentos apenas tentamos estar Conscientes de nossa Consciência, e através de nossa  prática nutrida dia-a-dia podemos alterar nosso ritmo respiratório e assim tentarmos mudar nossas emoções, lembram-se que a mente altera nossa percepção do mundo, quando respiramos e nos movemos com consciência nos trazemos a Consciência para que possamos enxergar as coisas  do  jeito  que são.

EXPERIMENTEM:   

Inspirem puxando o ar  (de uma vez só), rápida e profundamente, sorrindo, com máximo de prazer possível, depois solte o ar com um sonoro AHHHH, faça quantas vezes sentir bem.

HORA DA PRATICA : 

Vou propor 2 práticas para esta semana:

1}  Quando estivermos ansiosos usemos o mantra LEN-TA-MEN-TE  assim:

 LEEEN               = 3 SEGUNDOS  MENTALIZANDO

 INSPIRAÇÃO   = 3 SEGUNDOS  APROXIMADAMENTE
______________________________________________

 TAAA                

 EXPIRAÇÃO 
_______________________________________________                                                                  

 MEEEN               

 INSPIRAÇÃO   
_______________________________________________

TEEE   
EXPIRAÇÃO             
_______________________________________________

                                                                       

Nós inspiramos no tempo da mentalização da primeira sílaba 3 segundos                                                       (aproximadamente).    

Inicialmente depois se se  sentir bem você pode aumentar o tempo mantendo  a duração aproximada para outras sílabas.

Vocês devem lembrar na 3ª Edição o Mestre Thich Nhat Han nos disse em relação aos Mantras  "não deve repetir maquinalmente o Mantra".

Devemos  sentir o que estamos mentalizando, ao mesmo tempo devemos  diminuir nosso ritmo dos movimentos do corpo, seguindo o que foi dito     no texto a cima  "a  Estória da Lebre e a Tartaruga".     

2}  Depois quando estiverem mais tranquilos eu proponho que SEJAMOS CONSCIENTES.

Qual a diferença  entre fazer e ser a Meditação ?
    

FAZER tem inicio, meio e fim, SER significa que simplesmente somos assim, 

Exemplo: 

Quando eu ando de um lugar ao outro eu simplesmente ando consciente, eu acompanho minha respiração quando assisto a TV ,   quando  lavo a louça eu movo meus braços com consciência,  quando estou na fila do supermercado eu  respiro com consciência, vocês não precisam alterar o ritmo nem do corpo nem da respiração, façam tudo de forma natural.   

  

EU SOU COERENTE COMIGO MESMO,

   

Eu escrevo o que eu vivencio, e sempre  lembro quem EU  SOU , EM QUALQUER LUGAR QUE EU ESTEJA.

Muitas vezes iremos esquecer de estarmos conscientes, isso irá acontecer muitas vezes, é normal, nós vivemos a maior parte de sua vida sem estarmos despertos, pensando no passado e futuro , corpo num lugar (momento presente) e mente em outro(passado / futuro) na distração, fazendo uma coisa e pensando em outra,  vivendo só  na mente e ligando o corpo no piloto automático...

Na virada do ano geralmente fazemos planos para o ano novo, no inicio do ano  começamos  fazendo o que planejamos  mas nem mesmo chega ao meio do ano, nós já nos esquecemos ou desistimos e no próximo ano provavelmente iremos planejar de novo a mesma  meta.

Temos que assumir o queremos e se os obstáculos no derrubarem nós  levantamos sem culpa, quantas vezes cairmos porque SIMPLESMENTE somos o que planejamos.  

                                                                                            

                                                                    NAMASTÊ!